CACAL Há 50 anos na história de Castelo
A trajetória da Cooperativa Agrária Mista de Castelo – CACAL certamente se confunde
com o crescimento da pecuária no município. Antes da CACAL, não se falava em produção
leiteira organizada. Os poucos produtores que ousavam trabalhar com leite o faziam
enviando toda a sua produção para Selita e esta lá chegava quase sempre com baixo valor
comercial, pois as dificuldades e a demora no transporte tornavam o leite invariavelmente ácido.
Por volta de 1962, Castelo possuía uma Associação Rural bastante forte, inclusive no que dizia
respeito ao comércio de produtos agrícolas. Com Omar de Albuquerque Machado à frente da presidência,
Edson Guimarães como vice-presidente, José da Costa Nunes, secretário e Pedro Dadalto, tesoureiro, a
Associação chegou a vender doze milhões de cruzeiros no ano de 1962. Então, os sócios viram que não
poderiam continuar, pois estavam prejudicando o comércio da cidade e partiram para um órgão de produção,
que era a cooperativa.
Depois de algum tempo de mobilização, em 9 de novembro de 1963, trinta e dois valorosos homens fundavam
a Cooperativa Agrária de Castelo – CAC, marco na pecuária de leite do município.
A meta inicial era construir uma usina de beneficiamento com capacidade para 20 mil litros diários e a
produção de manteiga e requeijão. Depois dessa primeira etapa, a idéia era construir armazéns e silos para
depósito e comercialização de cereais.
Os sócios fundadores subscreveram capital na importância de quatro milhões e setecentos mil cruzeiros
(Cr$ 4.700.000,00), sendo a maior parte subscrita a do Sr. Luiz Cola, no valor de quinhentos mil cruzeiros
(Cr$ 500.000,00).
Um fato importante e que denota o grande espírito cooperativista que uniu aqueles 32 homens, ocorreu exatamente
a respeito do capital subscrito por cada um. Durante a reunião, discutia-se quanto de juros se pagaria pelo
dinheiro dos cooperados. No auge da discussão, o saudoso Caio Machado Martins, que também foi sócio fundador
da Selita, tomou a palavra e disse: “se queremos ajudar a cooperativa, não façamos juros nenhum”. E todos acataram
suas sábias palavras, colocando o cooperativismo acima dos próprios interesses.
Para primeiro presidente da cooperativa, foi eleito o Sr. Edson Guimarães, que indicou o Sr. José Maria Mesquita
para diretor-secretário e o Sr. Omar de Albuquerque Machado para diretor-gerente. O primeiro conselho administrativo
foi composto por 11 membros, que começaram a trabalhar imediatamente.
Mas foi preciso muitas idas e vindas ao Rio de Janeiro, onde ficava o SIF – Serviço de Inspeção Federal,
para que, em junho de 1967 a cooperativa iniciasse suas atividades, enviando seu primeiro caminhão de leite
para a Leite Glória.
Não demorou muito e os dirigentes viram que tinham caído no “conto da Leite Glória”. A cooperativa começou a
passar por inúmeras dificuldades. Foi um período muito difícil. A salvação veio da CLCI – Cooperativa de Laticínios
de Cachoeiro de Itapemirim, hoje Selita, através do então presidente Sebastião Machado, que estendeu a mão e socorreu
a Cooperativa Agrária de Castelo quando esta precisou. Até hoje temos que render nossos agradecimentos à nossa co-irmã,
pelo espírito cooperativista que teve e tem ainda hoje. Obrigado Selita!
Nesses cinquenta anos, a CACAL passou por inúmeras alegrias e diversas dificuldades. Mas, com certeza, temos muito mais
motivos para nos alegrar do que para nos entristecer. Toda a nossa gratidão àqueles 32 homens que a 9 de novembro de 1963
se uniram para fundar nossa cooperativa. Façamos jus ao espírito idealista deles e procuremos manter a Cooperativa Agrária
Mista de Castelo sempre grande em seus destinos e conquistas.